MANUTENÇÃO ELÉTRICA
 
Acompanhamento e Manutenção Preventiva do
Óleo Isolante de Transformadores.
 
Introdução:
  
Interação com o equipamento
   

Para que possa atender satisfatoriamente o duplo papel de dielétrico e agente de transferência de calor , o óleo isolante deve possuir certas propriedades básicas como:

  •  Rigidez dielétrica suficiente para suportar as tensões para que suas capacidades de circular e transferir calor não sejam prejudicadas e, além disso, deve ter boa resistência à oxidação para assegurar uma longa vida em serviço.

A deterioração do óleo começa após o contato com o equipamento e é influenciada pelos seguintes fatores: 

  • Presença de oxigênio, temperaturas elevadas, presença de metais e umidade que atuam como catalizadores das reações de oxidação.

Numa fase inicial de oxidação formam-se produtos solúveis no óleo a quente, porém insolúveis no óleo a frio, podendo precipitar nas partes mais frias do equipamento.

Num estágio avançado de oxidação formam-se borras que podem ser insolúveis mesmo no óleo quente e depositam sobre a isolação sólida, núcleo e paredes do tanque. Além de prejudicar a troca de calor e alterar as características dielétricas do óleo, a formação destes produtos acelera o envelhecimento do papel, diminuindo a vida útil do equipamento.

Atenção especial deve ser dada para os equipamentos cujos os óleos possuem altos teores de umidade, uma vez que quando a temperatura da parte ativa é inferior à do óleo, haverá migração da umidade do óleo para a isolação sólida. No caso de recondicionamento destes óleos deverá ser feita secagem da parte ativa a fim de se evitar que a água presente na isolação sólida migre de volta para o óleo.

   
  Acompanhamento e Ensaios
 

Para garantirmos que o óleo isolante de um transformador desempenhe satisfatoriamente as suas funções de dielétrico e de transferência de calor, citadas acima, é necessário que façamos periodicamente (a cada 12 meses) os ensaios físico-químicos descritos na tabela 1, e que os resultados obtidos estejam dentro dos valores limites especificados na tabela 2.

Cabe ressaltar que aqui não estamos tratando da análise cromatográfica de gases dissolvidos no óleo, porque esta visa detectar defeitos internos no transformador e não indicar a deterioração do óleo isolante propriamente dita.

  
Tabela 1
Ensaios físico-químicos recomendados :
 
ENSAIO UN OBJETIVO PIOR PIOR INFLUENCIA
Teor de água ppm

medir a concentração de água existente no óleo

  contato com atmosfera e deterioração de materiais isolantes
Rigidez dielétrica kV

medir a capacidade que um óleo isolante tem em suportar tensões elétricas sem falhar

  água e partículas sólidas
Tensão interfacial dyn/cm

medir a forçam necessária para se romper uma interface óleo/água

  compostos polares oriundos ou não da oxidação do óleo
Fator de perdas %

medir as perdas dielétricas no óleo

  contaminantes polares solúveis, produtos de oxidação, água e partículas metálicas
Acidez mgKOH/g

medir os constituintes ou contaminantes ácidos

  compostos ácidos oriundos da oxidação do óleo
 
Tabela 2
Valores limites recomendados :
 

 

 

 

VALORES LIMITES

 

 

 

 

A RECONDICIONAR

A REGENERAR

APÓS

ÓLEO RECOND.

APÓS

ÓLEO REGENER.

ENSAIO

UN

NORMA

RECOND.

APÓS CONTATO

REGEN.

APÓS CONTATO

 

 

 

> 242 kV

< 242 kV

> 242 kV

< 242 kV

Teor de água

ppm

ASTM D-1533

25

35

-

-

10

15

-

-

R. Dielétrica

kV

IEC-156

50

40

-

-

80

70

-

-

T. Interfacial

dyn/cm

ASTM D-971

-

-

22

20

-

-

40

38

Acidez

mgKOH/g

ASTM D-974

-

-

0,15

0,20

-

-

0,03

0,03

F. de Perdas

%

ASTM D-924

 

 

 

25ºC

-

-

 

0,50

-

-

0,05

-

 

 

100ºC

-

-

 

15,0

-

-

0,50

1,0

 
Tipos de tratamento
 

1 - Tanto o recondicionamento quanto a regeneração podem ser feitos com o equipamento desenergizado ou não.

2 - O transporte ou estocagem do óleo isolante deve ser feito em tanques de aço inox, alumínio ou pintados à base de resina epoxi curada com amina. Em caso de utilização de tambores, estes também devem ser revestidos com pintura à base de resina epoxi e, quando utilizados para estocagem, devem permanecer na posição horizontal com os bujões formando uma linha horizontal ou na posição vertical, apoiados sobre madeiras, com os bujões virados para baixo.

 
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